Desporto
As Memórias e Desafios de Pinto da Costa no FC Porto
2025-02-16

Neste relato, revisitamos momentos cruciais na história do FC Porto sob a liderança de Pinto da Costa. Desde as negociações complexas para contratar treinadores renomados até aos desafios enfrentados durante os campeonatos europeus, o texto explora diversas histórias marcantes. Destacam-se as tentativas frustradas de contratação de Carlos Alberto Parreira e Arsène Wenger, a coragem demonstrada em meio a ameaças de bomba, e a convocação de Bobby Robson após sua saída do Sporting. Além disso, são abordados episódios como a penhora ao estádio por dívidas fiscais e a intensa relação com Tomislav Ivic durante a guerra na Jugoslávia. Este documento oferece uma visão íntima das decisões e eventos que moldaram o clube.

Em junho de 1991, Pinto da Costa encontrou-se com Carlos Alberto Parreira em Lisboa para discutir a possibilidade de seu retorno ao FC Porto. Após uma reunião matinal bem-sucedida, ambos acertaram os termos do contrato. No entanto, a notícia vazou prematuramente através da imprensa, forçando Costa a reconsiderar a oferta. Diante deste impasse, ele optou por contatar Carlos Alberto Silva, um técnico brasileiro que estava no Corinthians. Em uma conversa telefônica direta, Costa insistiu que Silva se juntasse ao clube imediatamente, apesar dos rumores sobre Parreira. A confiança de Costa prevaleceu, e Silva aceitou o convite, embora tenha retornado ao Brasil mais tarde devido a problemas pessoais.

Ao longo dos anos, Pinto da Costa esteve envolvido em várias negociações delicadas para trazer novos talentos ao clube. Em 1991, ele teve duas experiências notáveis: Mircea Lucescu e Arsène Wenger. Ambos assinaram contratos condicionados à liberação pelos respectivos clubes anteriores. Infelizmente, as exigências financeiras impediram que esses acordos fossem concretizados. Lucescu não pôde ser liberado pelo Dinamo Bucareste, enquanto Wenger permaneceu vinculado ao AS Mónaco. Esses contratempos evidenciam os desafios inerentes às transferências internacionais no futebol.

No final de 1992, Pinto da Costa expressou preocupações sobre um amigo próximo, Reinaldo Teles, que estava passando por uma cirurgia delicada. Esta demonstração de humanidade contrastava com a postura firme adotada durante situações adversas. Em novembro de 1993, durante a preparação para um jogo da Liga dos Campeões contra o Feyenoord, o clube enfrentou distúrbios e uma suposta ameaça de bomba. Costa exibiu coragem indomável, declarando que todos permaneceriam unidos independentemente das circunstâncias. O time foi escoltado até o estádio, garantindo sua segurança em meio ao caos.

Em janeiro de 1994, Pinto da Costa lidou com uma crise financeira quando o Estádio das Antas foi alvo de penhoras devido a dívidas fiscais. Em uma conferência de imprensa memorável, ele expressou indignação e resistência, afirmando que o clube não negociaria suas obrigações até que a situação fosse resolvida. Meses depois, em março de 1994, ele fez outro pronunciamento inflamado, desta vez referindo-se a uma suposta ameaça de bomba no Pavilhão do FC Porto. Estes eventos destacam a determinação e a bravura de Costa em proteger o clube.

O legado de Pinto da Costa inclui também a busca por treinadores portugueses capazes de conduzir o clube ao sucesso. Após a saída de Bobby Robson em 1996, ele decidiu apostar em António Oliveira, que havia se destacado como técnico da Seleção Nacional. Este movimento culminou com o tricampeonato do FC Porto em Guimarães, honrando a memória de Pedroto, um ícone do clube. As histórias de Pinto da Costa revelam um líder resiliente e visionário, cujas decisões moldaram profundamente o destino do FC Porto.

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