Em uma entrevista à BTV na segunda-feira, a coordenadora do atletismo do Benfica expressou preocupações profundas sobre as irregularidades que ocorreram durante os Nacionais de pista curta. Ana Oliveira criticou fortemente o processo de tomada de decisão e acusou um suposto favoritismo em favor do Sporting. A situação levou ao não recebimento do troféu de campeão masculino pelo Benfica, apesar de terem obtido o 13º título em 15 anos. A controvérsia também lançou luz sobre problemas estruturais no atletismo português.
No sábado passado, em Leiria, ocorreu uma série de eventos controversos durante os Nacionais de pista coberta. Um dos pontos mais polêmicos envolveu a substituição do atleta João Coelho do Sporting por Omar Elkhatib após a fase de aquecimento para a prova dos 400m. Inicialmente, a substituição foi desqualificada pelo juiz árbitro do campeonato, mas uma comissão de apelação improvisada reverteu a decisão, favorecendo o Sporting.
Este incidente levou a uma série de protestos por parte do Benfica, que questionou a legitimidade do processo. Ana Oliveira, ex-internacional portuguesa e atual coordenadora do atletismo do clube, afirmou que situações como essa são recorrentes e que há um "gigante polvo verde" influenciando decisões no atletismo nacional. Ela ressaltou que isso acontece principalmente em competições realizadas na região central do país, especificamente no distrito de Leiria, onde muitas das influências estão concentradas.
Além disso, Oliveira destacou a importância de se manter a transparência e a integridade nas regras, afirmando que o Benfica nunca ganhou um protesto e que as regras parecem ser aplicadas de forma desigual. Ela enfatizou que o presidente da federação, Domingos Castro, tem feito um trabalho excepcional, mas precisa ser alertado sobre esses problemas persistentes.
A controvérsia também afetou a cerimônia de premiação, onde o Benfica decidiu não subir ao pódio para receber o troféu de campeão masculino, optando por não participar como forma de protesto. Este gesto simbólico visava chamar a atenção para as injustiças percebidas no sistema.
Desde então, a declaração de Oliveira gerou ampla discussão e debate sobre a necessidade de reformas estruturais no atletismo português, especialmente em relação à imparcialidade e transparência nas decisões de arbitragem.
De um ponto de vista jornalístico, este caso ilustra a urgência de revisar e fortalecer os mecanismos de governança esportiva. É crucial garantir que todas as partes envolvidas tenham confiança no sistema, promovendo um ambiente justo e equilibrado para todos os clubes e atletas. A longo prazo, é necessário criar medidas preventivas para evitar tais controvérsias e proteger a integridade do esporte.