Atualmente, as vendas de jogos em formato físico enfrentam uma queda vertiginosa no mercado global. De acordo com dados compilados pelo portal Circana, as transações envolvendo discos e cartuchos caíram drasticamente nos últimos anos. Essa tendência não é nova; desde 2008, quando a distribuição digital começou a se consolidar, as empresas têm ajustado suas estratégias para atender às novas demandas do consumidor.
Mat Piscatella, renomado analista do setor, explica que essa mudança reflete uma reestruturação inevitável. As grandes corporações estão redirecionando seus esforços para plataformas online, onde a conveniência e a acessibilidade são prioridades máximas. Além disso, varejistas ao redor do mundo têm reduzido significativamente o espaço dedicado à venda de jogos físicos, acelerando ainda mais esse processo.
Sony e Microsoft lideram a corrida rumo à era completamente digital. Em 2020, ambas introduziram versões de seus consoles sem leitor de discos, marcando um divisor de águas na história dos videogames. Apesar de inicialmente terem enfrentado resistência por parte de alguns consumidores, essas decisões demonstram o compromisso dessas empresas com o futuro digital.
No entanto, vale lembrar que nem sempre foi assim. Em 2013, houve um embate notório entre as duas marcas, quando a Microsoft propôs restrições ao compartilhamento de jogos físicos. A resposta veio em forma de uma campanha publicitária da Sony, destacando a facilidade de emprestar títulos do PlayStation. Esse episódio forçou a empresa americana a reconsiderar sua estratégia na época, mas hoje a realidade é outra.
Os hábitos dos gamers mudaram drasticamente nas últimas décadas. No início dos anos 2000, conectar um videogame à internet era quase uma exceção. Hoje, praticamente todos os consoles estão permanentemente ligados à rede, permitindo acesso instantâneo a serviços digitais. Essa conectividade constante moldou um novo padrão de consumo, onde a conveniência prevalece sobre qualquer outro fator.
O Game Pass, serviço de assinatura da Microsoft, exemplifica perfeitamente essa transformação. Antes, adquirir uma vasta biblioteca de jogos exigia visitas frequentes às lojas especializadas e desembolsos consideráveis. Agora, tudo isso pode ser feito diretamente da sala de estar, com preços acessíveis e opções ilimitadas. A escolha parece clara para muitos usuários.
A Microsoft já dá sinais claros de seu plano para eliminar totalmente os jogos físicos. Recentemente, lançamentos como Avowed chegaram ao mercado apenas com códigos dentro das embalagens, indicando que o suporte a mídias tradicionais está se tornando obsoleto. Embora a Sony também esteja avançando nessa direção, sua base instalada de consoles compatíveis com discos exige uma abordagem mais cautelosa.
Já a Nintendo, conhecida por sua abordagem inovadora, tem mantido os cartuchos físicos como parte central de sua oferta. Isso se deve principalmente ao perfil de seu público-alvo, composto por famílias que valorizam a facilidade de compartilhar jogos. Mesmo assim, a empresa reconhece a importância do crescimento digital e planeja integrar gradualmente essas tecnologias em suas próximas gerações de consoles.