O filme "Ainda Estou Aqui", uma criação original do Globoplay, alcançou um marco significativo ao atrair mais de dois milhões de telespectadores. Esta obra cinematográfica é baseada em uma história pessoal e conturbada, retratando a vida de Eunice Paiva, mãe do autor do livro homônimo, Marcelo Rubens Paiva. A narrativa aborda o casamento de Eunice com Rubens Paiva, um político que sofreu as consequências da ditadura militar brasileira. Em meio a esse cenário turbulento, o longa destaca os desafios enfrentados pela família durante um período marcado por repressão e instabilidade política.
No Rio de Janeiro, sob o céu cinzento de um inverno rigoroso, a cidade testemunhou eventos que mudaram a trajetória de muitas vidas. Foi nesse contexto que Rubens Paiva, então deputado federal, viu sua carreira interrompida abruptamente pela ditadura militar. Após ser cassado e forçado ao exílio, ele retornou ao Brasil apenas para enfrentar um destino trágico. Em 1971, na sofisticada vizinhança do Leblon, Rubens foi levado à força por agentes militares da Aeronáutica. Nunca mais voltou para casa.
A partir dessa experiência dolorosa, seu filho, Marcelo Rubens Paiva, transformou a memória familiar em uma obra literária que agora ganha vida nas telas. O filme não apenas narra uma história particular, mas também ilumina um capítulo sombrio da história brasileira, oferecendo reflexões sobre resistência, perda e memória coletiva.
Como espectador, esta produção nos leva a refletir sobre como as cicatrizes deixadas por períodos de opressão continuam vivas através das gerações. Ela nos convida a honrar a memória daqueles que lutaram por liberdade e democracia, mesmo diante de adversidades insuperáveis. Ao resgatar histórias esquecidas, o cinema se torna um poderoso instrumento de preservação da memória histórica e cultural.