A Semana de Moda Masculina em Paris ganhou um dos seus momentos mais emblemáticos quando o designer americano Willy Chavarria estreou sua coleção, que celebrou o amor LGBTQ+. Em colaboração com o aplicativo Tinder e a Human Rights Campaign (HRC), Chavarria apresentou uma coleção que promoveu a resistência contra as crescentes legislações anti-LGBTQ+ ao redor do mundo. O destaque foi um moletom com a frase "Como Amamos é Quem Somos". A coleção Tarantula incorporou elementos românticos e mexicanos, destacando-se pela escolha inusitada da Catedral Americana em Paris como palco para o desfile.
O estilista decidiu transformar a Catedral Americana em Paris num local de acolhimento para a comunidade LGBTQ+, invertendo a percepção tradicional deste espaço religioso. Para muitos membros desta comunidade, igrejas evocam lembranças traumáticas, mas Chavarria quis mostrar que ali todos seriam bem-vindos. Este ato simbolizava a importância da inclusão e da aceitação, desafiando preconceitos enraizados na sociedade.
Escolher este cenário não foi mero acaso. A catedral representa um marco arquitetônico significativo, mas também um lugar onde histórias de exclusão foram escritas. Ao trazer seu desfile para dentro dessas paredes, Chavarria reimaginou o espaço, convertendo-o numa plataforma de expressão e celebração. As modelos caminharam entre os bancos, criando um diálogo visual entre o sagrado e o contemporâneo, demonstrando que lugares tradicionalmente conservadores podem se tornar palcos de liberdade e autenticidade.
A coleção denominada Tarantula misturou referências românticas com elementos da herança cultural mexicana do estilista. Babados, veludo e chapéus decorados com flores deram um toque único às peças, criando um equilíbrio entre elegância e identidade. O ponto alto foi o moletom preto com a frase impactante "Como Amamos é Quem Somos", disponível por tempo limitado no site do designer.
Esta peça-chave não era apenas um item de vestuário, mas uma declaração política. A mensagem impressa em branco sobre fundo preto ressaltava a importância do amor livre e da autoafirmação. Além disso, a fonte antiquada dava à frase um tom nostálgico, sugerindo que a luta pelos direitos LGBTQ+ tem raízes profundas na história. A coleção Tarantula mostrou que a moda pode ser muito mais do que aparência; ela pode contar histórias poderosas e inspiradoras, refletindo a diversidade humana em suas múltiplas facetas.