No universo dos jogos eletrônicos competitivos, ainda majoritariamente dominado por homens, as jogadoras profissionais do Team Liquid Visa de Valorant compartilham suas experiências em um diálogo sincero. Elas discutem os desafios enfrentados para conquistar reconhecimento e espaço neste ambiente, além de destacar a importância de servir como inspiração para novas gerações de atletas femininas. Apesar das barreiras estruturais e da persistência do machismo, essas mulheres têm mostrado talento, resiliência e liderança, transformando o cenário gamer com sua presença marcante.
Embora já ocupem posições relevantes no competitivo de Valorant, as jogadoras do Team Liquid Visa enfatizam que obter respeito e visibilidade é uma luta diária. Além de demonstrar habilidades técnicas excepcionais, elas precisam lidar com preconceitos enraizados dentro e fora das partidas. Durante entrevista coletiva, mencionaram a necessidade constante de se provar, mesmo após derrotarem times mistos renomados.
A rotina de treinamento dessas profissionais é intensa, com sessões que começam pela manhã e se estendem até o final da tarde. A organização Team Liquid oferece suporte valioso por meio de espaços dedicados ao treinamento coletivo, onde as atletas podem interagir com outros times e aprimorar suas estratégias. Esses ambientes funcionam como verdadeiros hubs de colaboração, permitindo trocas significativas entre diferentes equipes.
Para manter o equilíbrio físico e mental, cada jogadora busca maneiras de desconectar-se durante a pausa. Atividades como exercícios físicos, jogos de tabuleiro e hobbies offline são fundamentais para garantir bem-estar emocional. Compreender a relevância do autocuidado é crucial para sustentar alto desempenho nas competições.
Além das dificuldades práticas, as atletas refletem sobre o peso simbólico de suas trajetórias. Mesmo sem assumirem explicitamente o papel de representantes do gênero, reconhecem que suas realizações servem como fonte de inspiração para jovens mulheres interessadas no competitivo. Contudo, destacam a necessidade de mais diálogos inclusivos envolvendo homens e mulheres, promovendo maior conscientização sobre questões de igualdade no eSports.
O machismo, embora menos evidente em alguns contextos, continua sendo uma realidade para muitas jogadoras. Para iniciantes, especialmente em partidas ranqueadas, ataques baseados em preconceitos de gênero são frequentes. As ferramentas disponíveis para combater comportamentos tóxicos, embora úteis, apresentam limitações quando confrontadas com abusos recorrentes.
Com determinação e foco, essas atletas estão moldando um futuro mais inclusivo para o eSports brasileiro. Seu exemplo serve como prova de que, com dedicação e resistência, é possível superar obstáculos e construir um ambiente mais justo e acolhedor para todas as pessoas apaixonadas pelos jogos eletrônicos.