A criação da Semana de Moda de São Paulo (SPFW) em 1995 marcou um ponto de virada para a indústria da moda no Brasil. A visão pioneira de Paulo Borges não se limitava apenas a organizar desfiles; seu objetivo era unir esforços entre criadores, empresas e o mercado nacional para estabelecer um calendário de lançamentos coeso e expressivo. Essa iniciativa foi crucial para dar forma a uma cultura de moda que fosse reconhecida tanto dentro quanto fora do país.

Um dos aspectos mais significativos da SPFW foi sua capacidade de promover a coletividade. O evento reuniu diversos atores da indústria, desde estilistas emergentes até grandes marcas, proporcionando um espaço onde todos pudessem crescer juntos. Ao longo de três décadas, a SPFW enfrentou desafios e conquistou vitórias, mas sempre manteve o foco na construção de uma cadeia de valor que beneficiasse todos os envolvidos. No entanto, com o passar do tempo, surgiram novas dinâmicas que testaram essa coletividade, levando à necessidade de adaptar-se às mudanças do mercado global.

A trajetória da SPFW reflete a evolução da moda brasileira. Enquanto nos anos 1990 havia uma busca por um caminho econômico e cultural para o setor, hoje enfrentamos desafios semelhantes, embora com novos componentes. Ainda que a sensação seja de movimento circular, existem avanços significativos, como a presença de marcas brasileiras no exterior. Para continuar progredindo, é fundamental fortalecer a coesão entre os agentes da indústria, garantindo que todos possam contribuir e se beneficiar dessa jornada coletiva. A SPFW tem sido e continuará sendo uma força motriz nessa transformação, inspirando gerações de profissionais e impulsionando a moda brasileira rumo ao futuro.