Jogo
O Resgate Cultural de um Samurai Negro em Assassin’s Creed: Shadows
2025-04-19

A nova edição do jogo Assassin’s Creed: Shadows, ambientada no Japão feudal, conquistou rapidamente o coração dos gamers ao redor do mundo. Lançado recentemente, a obra já ultrapassou a marca de 2 milhões de cópias vendidas, consolidando-se como uma das produções mais bem-sucedidas da Ubisoft. No entanto, além de seu sucesso comercial, o título despertou intensos debates na internet, especialmente por sua inclusão de Yasuke, um samurai negro baseado em uma figura histórica real do século XVI. Junto com Naoe, uma ninja japonesa fictícia, Yasuke oferece uma perspectiva única sobre a cultura e a história do período feudal japonês, enquanto desafia preconceitos e estereótipos contemporâneos.

Yasuke, personagem central desta narrativa interativa, representa uma figura pouco conhecida, mas fascinante, da história japonesa. Inspirado em um samurai africano que serviu ao lendário senhor da guerra Oda Nobunaga, ele traz para os jogadores uma experiência rica em combate e reflexão cultural. Seu estilo de jogo destaca a força bruta e o impacto físico, utilizando armamentos tradicionais como katana, naginata, arco e teppo. Além disso, o protagonista oferece uma abordagem única para as missões e interações românticas no jogo, proporcionando aos jogadores múltiplas camadas narrativas.

A decisão de incluir Yasuke não foi apenas estratégica, mas também fundamentada em pesquisa histórica detalhada. Em entrevista ao Screen Rant, o diretor criativo Jonathan Dumont explicou que o objetivo era explorar aspectos menos conhecidos da cultura japonesa. Enquanto Naoe, a segunda protagonista jogável, permite aos jogadores mergulhar no enigmático mundo dos ninjas de Iga, Yasuke serve como uma ponte entre o estrangeiro e a nobreza local. Essa dualidade cria uma narrativa poderosa que ressoa tanto com aqueles familiarizados com a história quanto com novatos.

Juntos, Yasuke e Naoe formam uma dupla complementar que reflete diferentes facetas da sociedade feudal japonesa. A escolha por personagens tão distintos busca ampliar a compreensão do jogador sobre o contexto histórico, incentivando uma abordagem multifacetada. Yasuke, como um estrangeiro, introduz uma visão externa que questiona preconceitos culturais e promove empatia. Já Naoe, filha fictícia de um personagem histórico, conecta os jogadores às raízes profundas da região rural japonesa.

Com esse lançamento, a Ubisoft não apenas expandiu os horizontes da franquia Assassin’s Creed, mas também provocou discussões importantes sobre representatividade e diversidade no universo dos videogames. Ao integrar elementos históricos reais e fictícios, o jogo oferece uma experiência educativa e envolvente que vai além do entretenimento convencional. Assim, Assassin’s Creed: Shadows se firma como uma obra marcante, capaz de equilibrar inovação tecnológica com conteúdo significativo.

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