A temporada de outono/inverno trouxe consigo uma tendência marcante nas passarelas, destacando a presença da pele sintética em diversas coleções. As marcas mais conceituadas aproveitaram esta estação para explorar novas formas e estilos que se adaptam ao clima frio. A Prada, por exemplo, buscou inspiração no estilo cowboy e em elementos naturais, criando peças que simulam couro manchado ou construídas em retalhos, evocando proteção contra intempéries em ambientes rústicos.
No sábado (18), a Dolce&Gabbana realizou um desfile no icônico teatro Metropol de Milão, com o tema paparazzi, remetendo ao glamour das décadas passadas. Os casacões volumosos e chamativos foram os destaques, trazendo à tona um sentimento nostálgico que já havia sido explorado no ano anterior. Segundo o stylist Thiago Biagi, que acompanhou os eventos em Milão, os casacos de pele sintética não são apenas símbolos de luxo, mas também representam uma expressão de personalidade e estilo único. “Eles nos transportam para um período de glamour e celebridades, posicionando quem os usa em um contexto especial”, explica Biagi.
O uso de pele sintética reflete um movimento crescente no mundo da moda. Embora seja uma alternativa que evita o sofrimento animal, ainda há questões de sustentabilidade a serem consideradas. O material sintético requer cuidados específicos quanto aos componentes utilizados em sua fabricação. No entanto, essa escolha representa um avanço significativo em comparação com o uso de peles autênticas, que demandam tratamentos químicos prejudiciais. Várias marcas renomadas, como Prada, Chanel, Giorgio Armani e Gucci, têm adotado a pele sintética desde 2019, em resposta a críticas sobre o tratamento cruel de animais. No Brasil, a Comissão de Desenvolvimento Econômico também proibiu o uso de peles de animais em eventos de moda desde 2012.
A moda está evoluindo para abraçar práticas mais éticas e conscientes. Ao optar por materiais sintéticos, as marcas não só contribuem para a proteção dos animais, mas também promovem um novo paradigma de elegância que valoriza a responsabilidade ambiental. Este é um passo importante rumo a um futuro mais sustentável e compassivo, onde o glamour pode coexistir com a preservação do meio ambiente e o respeito à vida animal.