Em fevereiro de 2025, a capital britânica sediou uma edição abreviada da Semana de Moda de Londres, marcada por ausências significativas e um foco renovado em sustentabilidade. O evento contou com a presença de estilistas renomados, como Harris Reed, que apresentou suas criações dramáticas no Tate Britain. A semana também destacou as dificuldades enfrentadas pela indústria, incluindo a possível substituição do diretor criativo da Burberry e a ausência de marcas importantes como JW Anderson. Além disso, a iniciativa NewGen do British Fashion Council (BFC) exigiu critérios de sustentabilidade para os jovens designers.
Inovação e Sustentabilidade na Moda Britânica
O evento de moda de Londres trouxe à tona novas tendências e preocupações ambientais. Harris Reed, conhecido por seu trabalho teatral, inaugurou o evento com uma coleção que combinava elementos reciclados e tecidos inusitados. Este designer anglo-americano tem ganhado destaque global, especialmente após criar uma peça icônica para Harry Styles. A semana também enfatizou a importância da sustentabilidade, com o BFC implementando requisitos rigorosos para os designers participantes.
Harris Reed, que também ocupa o cargo de diretor artístico da Nina Ricci, apresentou sua marca homônima em um cenário incomum: o Tate Britain. Suas peças são caracterizadas por silhuetas exuberantes, muitas vezes incorporando materiais reciclados. O designer, reconhecível pelo cabelo ruivo longo, alcançou notoriedade internacional em 2020 ao criar uma saia de crinolina para Harry Styles, que apareceu na capa da Vogue americana. Este momento histórico marcou a primeira vez que uma celebridade masculina posou sozinha para a capa da revista. Seu estilo "romantismo não binário" conquistou figuras como Lil Nas X, Adele e Beyoncé. Além disso, a iniciativa NewGen do BFC agora exige que os jovens designers cumpram critérios de sustentabilidade, alinhando-se com a abordagem ecoconsciente da Copenhagen Fashion Week.
Desafios e Transições na Indústria da Moda
A edição de 2025 foi mais curta do que o habitual, refletindo os desafios econômicos e logísticos enfrentados pela indústria. Marcações históricas como Burberry e JW Anderson foram ausentes ou reduziram sua participação. A Burberry, em particular, está passando por especulações sobre a saída de seu diretor criativo, Daniel Lee, com possíveis mudanças na liderança.
A semana de moda foi quase um dia mais curta comparada à edição anterior, com várias marcas optando por reduzir a frequência dos desfiles ou adotar formatos alternativos. Caroline Rush, diretora executiva do BFC, reconheceu que as marcas britânicas estão atravessando um período difícil, influenciado pela pandemia, pelo Brexit e pelo encerramento da plataforma de comércio eletrônico Matchesfashion. Apesar desses desafios, Rush enfatizou a relevância da London Fashion Week como uma plataforma vital para empresas independentes alcançarem um público global. Ela será substituída por Laura Weir, diretora criativa da Selfridges e ex-jornalista da Vogue britânica. A indústria da moda britânica continua sendo um setor importante, empregando 800.000 pessoas e contribuindo com cerca de 30 bilhões de libras para a economia.