Na passarela de Londres, a estilista Simone Rocha apresentou sua coleção inverno 2025, que explora contrastes entre diferentes fases da vida. Inspirada na transição da infância para a maturidade, a designer criou uma narrativa visual que une elementos delicados e robustos, românticos e estruturados. A trilha sonora, escolhida com cuidado, complementa a coleção ao evocar reflexões sobre o passado, presente e futuro.

O Diálogo Entre Fases da Vida

A coleção é um retrato vívido da jornada humana, onde cada peça parece contar uma história. Simone Rocha mistura referências de roupas infantis com peças adultas, criando um diálogo silencioso entre as etapas da vida. Essa abordagem não apenas enriquece a estética da coleção, mas também oferece uma perspectiva profunda sobre como nossas memórias moldam quem somos hoje.

A música de encerramento do desfile, “Past, Present and Future” das Shangri-Las, ressoa profundamente com a temática da coleção. A letra, que fala sobre lembranças doces e traumáticas, serve como um epígrafe perfeito para a narrativa visual criada por Rocha. As modelos, representando várias faixas etárias, caminham pela passarela, refletindo a diversidade de experiências humanas. Celebridades como Bel Powley e Fiona Shaw adicionam ainda mais dimensão à performance, destacando a relevância intergeracional do trabalho de Rocha.

Contrapontos e Texturas: Uma Jornada Tátil

Os designs de Simone Rocha são caracterizados por contrastes marcantes. Tecidos leves e transparentes se misturam com materiais pesados e estruturados, criando uma sinfonia têxtil que cativa os sentidos. A pesquisa sobre o universo infantil resultou em vestidos curtos com detalhes de roupa de bebê dos anos 60, enquanto elementos militares aparecem em conjuntos verde-oliva e vermelho, remetendo a uniformes de soldados.

A paleta de cores, que vai do azul celeste ao preto total, reforça a ideia de dualidade. Jaquetas de motoqueiro dividem espaço com vestidos camisola etéreos, formando composições surpreendentes. Estampas florais que parecem ter saído de um papel de parede antigo e casacos volumosos, como se emprestados dos pais, adicionam camadas de nostalgia. Correntes com cadeados nas cinturas, além de cintos e harnesses, sugerem uma conexão ininterrupta com o passado, simbolizando como carregamos nossas memórias consigo, tanto os momentos felizes quanto os dolorosos. Esta coleção de Simone Rocha não apenas impressiona visualmente, mas também convida a uma introspecção emocional.