Aumento significativo no número de indivíduos que relatam sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem sido observado recentemente. Essa tendência é impulsionada pela disseminação de informações em plataformas digitais, onde influenciadores compartilham relatos pessoais e testes não científicos. Embora a conscientização seja positiva, a falta de orientação profissional pode levar a diagnósticos incorretos e o uso inadequado de medicamentos.
Um dos principais riscos associados a essa tendência é o autodiagnóstico, quando as pessoas reconhecem sintomas após consumir conteúdo online e concluem ter um transtorno sem avaliação médica. Especialmente no caso do TDAH, isso pode ser perigoso, pois os sintomas podem ser confundidos com outros distúrbios, levando ao tratamento errado ou ao uso indevido de medicação. A psicóloga Ana Café alerta para a importância de buscar avaliação profissional antes de qualquer conclusão precipitada. "A informação é valiosa, mas a superficialidade das redes sociais pode induzir a erros", afirma ela.
A popularização do tema nas redes sociais também contribui para a formação de uma cultura de autodiagnóstico. Plataformas digitais facilitam a distribuição de informações, mas muitas vezes essas informações não são revisadas por especialistas. Um estudo revelou que quase metade dos vídeos mais populares sobre TDAH no TikTok contém informações falsas. Isso cria uma "bolha" em que as pessoas se identificam com sintomas relatados por terceiros como confirmação do transtorno.
É fundamental que a conscientização sobre o TDAH seja acompanhada de orientações precisas e responsáveis. As pessoas devem ser incentivadas a procurar ajuda profissional para diagnósticos corretos e tratamentos adequados. Com abordagens cuidadosas e educativas, podemos promover uma compreensão mais precisa e segura desse transtorno, permitindo que as pessoas obtenham o apoio necessário para vidas saudáveis e produtivas.