Na passarela de inverno 2025, a maison Dior apresentou uma coleção que transcende o visual, tocando profundamente nas emoções e histórias escondidas. Sob a direção de Kim Jones, cada peça parece contar uma narrativa única, misturando elementos do passado com um olhar moderno. A coleção explora temas como visibilidade e invisibilidade, tradição e renovação, criando um diálogo entre diferentes épocas e estéticas. Texturas ricas, volumes dramáticos e cores minimalistas formam uma sinfonia visual que convida ao reflexão sobre o lugar da moda no mundo contemporâneo.
No ambiente iluminado pela luz fria do inverno, a passarela da Dior transformou-se em um palco para uma performance visual e emocional. Em meio às escadarias brancas, os modelos desfilaram como se estivessem em uma jornada entre diferentes reinos, guiados por uma interpretação contemporânea do clássico Divina Comédia. Alguns trajes incluíam máscaras ou olhos vendados, evocando um tema de cegueira romântica que permite imaginar as possibilidades ainda não exploradas na moda e no mundo.
A coleção é um mosaico de contrastes, onde o preto profundo encontra o branco puro. As texturas e volumes das peças revelam histórias ocultas, enquanto o minimalismo das sedas e cetins oferece uma elegância discreta. Influências japonesas se misturam com referências à ópera e ao vestuário masculino moderno. A linha H, revivida das temporadas de 1954 e 1955, traz uma atmosfera de abandono que, longe de ser melancólica, exala uma sensibilidade feminina inspirada na figura do playboy rococó, como o famoso Casanova.
O desfile culminou com um casaco cor-de-rosa bordado à mão, resgatando um elemento do design Pondichéry de 1948. Este momento final simboliza a essência da coleção: a capacidade de encontrar exuberância dentro da maior sobriedade.
Do ponto de vista de quem observa, esta coleção da Dior é mais do que uma simples apresentação de moda. Ela nos leva a refletir sobre as camadas de história e cultura que permeiam nossas vidas, mostrando que até mesmo na simplicidade existe espaço para a grandiosidade. É um convite para ver além do óbvio e descobrir as narrativas escondidas por trás de cada peça.