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Revelações Impactantes: O Legado Conturbado da Abercrombie & Fitch
2025-01-07
A história de Kai Braden, ex-modelo e ex-funcionário da Abercrombie & Fitch, traz à tona as práticas controversas que marcaram a marca durante os anos 2000. Sua experiência como "recepcionista sem camisa" o transformou em um defensor dos direitos dos trabalhadores da moda.

Denúncias Expostas: A Verdade Por Trás do Marketing Sexualizado

O Corpo Masculino Como Identidade Visual

Por décadas, a Abercrombie & Fitch construiu sua identidade visual em torno do corpo masculino jovem e musculoso. Jovens, geralmente com menos de 21 anos, recebiam clientes nas lojas sem camisa, criando uma atmosfera intimidante e hipersexualizada. Kai Braden, contratado pela marca aos 18 anos, em 2006, relembra esse ambiente com intensidade. Ele era frequentemente chamado de "rosto asiático" da marca, enquanto funcionários negros e latinos eram relegados a funções nos bastidores, como dobrar roupas.As interações entre clientes e funcionários não se limitavam a fotos. Braden relatou que toques e alisamentos eram comuns, e a marca não oferecia treinamento para lidar com situações de assédio. Isso normalizava o comportamento inapropriado dentro das lojas. As pessoas acreditavam que, por serem modelos, os funcionários estavam disponíveis para qualquer tipo de interação física.

Controvérsias e Quedas nas Vendas

A reputação da Abercrombie & Fitch começou a sofrer com as contínuas polêmicas e quedas nas vendas. Em 2015, a marca proibiu o "marketing sexualizado" em suas lojas e dispensou os recepcionistas sem camisa. Sob o comando da nova CEO, Fran Horowitz, em 2017, a Abercrombie passou por uma reformulação estética, adotando um estilo mais clássico e sofisticado. No entanto, o passado da marca continuou a emergir, com denúncias de assédio sexual durante ensaios fotográficos em 2018 e a prisão do ex-CEO Mike Jeffries em outubro de 2024, acusado de crimes graves, incluindo tráfico sexual e prostituição envolvendo aspirantes a modelo.

Ativismo Contra Abusos na Moda

Kai Braden tornou-se uma voz ativa no combate aos abusos na indústria da moda. Após denunciar publicamente um caso de abuso sexual que sofreu durante um ensaio fotográfico (não relacionado à Abercrombie), ele uniu forças à Model Alliance, uma organização sem fins lucrativos que defende os direitos dos trabalhadores da moda. Braden faz campanha pelo Fashion Workers Act, uma lei pioneira nos Estados Unidos que entra em vigor em junho de 2025. Esta legislação estabelece proteções de saúde e segurança para modelos, cria canais seguros para denúncias e protege contra retaliações de empregadores.

Expondo a Realidade: Documentários e Denúncias

Os casos de assédio, racismo e abusos de poder da Abercrombie & Fitch foram abordados pela série documental White Hot: a ascensão e queda da Abercrombie & Fitch, lançada pela Netflix em 2022. O testemunho de Kai Braden reforça a necessidade de mudanças profundas na indústria da moda. Suas experiências pessoais e a luta contínua por justiça iluminam a importância de leis como o Fashion Workers Act, que busca garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os profissionais da moda.
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