Jorge Nuno Pinto da Costa, figura emblemática do futebol português, deixou um legado indelével no FC Porto. Ao longo de sua presidência, o clube alcançou feitos memoráveis, como a conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1987. Este relato explora momentos cruciais de sua gestão e as histórias que marcaram sua trajetória, incluindo a lesão de Fernando Gomes, a vitória épica em Viena, a transferência de Paulo Futre para o Atlético Madrid e decisões importantes sobre jogos internacionais.
No mês de maio de 1987, uma série de eventos transformou a história do FC Porto. Em pleno campo das Antas, Fernando Gomes sofreu uma grave lesão durante um treino, fraturando o maléolo do perônio esquerdo e rompendo ligamentos do tornozelo. Com uma recuperação estimada em quatro meses, Gomes foi afastado da final da Taça dos Campeões contra o Bayern de Munique. Apesar da ausência de jogadores-chave, o FC Porto entrou em campo em Viena com determinação renovada após o intervalo. Artur Jorge, técnico à época, realizou ajustes táticos cruciais, substituindo Quim por Juary e Inácio por Frasco. A mudança de postura resultou em uma virada espetacular, com Madjer marcando de calcanhar aos 78 minutos e Juary selando a vitória nos minutos finais. Esta conquista consolidou o FC Porto como campeão europeu e Pinto da Costa como líder visionário.
O triunfo em Viena não foi o único marco. Dias depois, Pinto da Costa surpreendeu ao anunciar sua intenção de deixar a presidência do clube. Em entrevista ao jornal francês L'Equipe, ele declarou que havia cumprido suas promessas e estava pronto para passar o bastão. No entanto, seu legado continuou a se expandir, especialmente com a transferência de Paulo Futre para o Atlético Madrid. As negociações complexas envolvendo cláusulas contratuais e pagamentos milionários demonstraram a habilidade diplomática de Pinto da Costa.
Em dezembro do mesmo ano, outra decisão histórica ocorreu antes da final da Taça Intercontinental contra o Peñarol, no Japão. Diante das condições climáticas adversas, Pinto da Costa insistiu que o jogo fosse realizado, apesar da neve cobrir o gramado. Sua convicção e liderança foram fundamentais para a vitória do FC Porto, mantendo a tradição vencedora do clube.
A partir de janeiro de 1988, Pinto da Costa dedicava suas conquistas pessoais e profissionais ao filho Alexandre, que enfrentava problemas de saúde. Além disso, reconheceu a importância de figuras como Fernando Martins, ex-presidente do Benfica, e treinadores como Yustrich e Pedroto, que moldaram o destino do FC Porto.
A era de Pinto da Costa também viu mudanças significativas na gestão técnica do clube. A curta passagem de Quinito como treinador revelou desafios psicológicos e operacionais, culminando em sua saída em novembro de 1988. Pinto da Costa sempre enfatizou a importância do respeito mútuo e da integridade nas relações dentro do clube, valores que permearam todas as suas decisões.
Desde então, a memória de Pinto da Costa permanece viva, lembrada pelos feitos extraordinários que impulsionaram o FC Porto ao topo do futebol europeu. Seu legado transcende os campos de jogo, inspirando gerações de torcedores e atletas.
A história de Pinto da Costa serve como um lembrete da importância da persistência, da liderança resiliente e da capacidade de superar obstáculos. Seus feitos não apenas elevaram o FC Porto ao cenário internacional, mas também moldaram a identidade do clube. A dedicação e a visão de Pinto da Costa continuam a inspirar todos aqueles que sonham em alcançar grandes realizações, mostrando que, com determinação e estratégia, é possível tocar o céu mesmo diante das maiores adversidades.