Desporto
O Futebol Moderno e Seus Desafios: A Questão das Lesões no Sporting
2025-02-16

Em um mundo onde o futebol se transformou de um simples esporte em uma indústria complexa, as demandas sobre os jogadores aumentaram significativamente. Diogo Luís, ex-jogador e atual economista, analisa a crescente pressão sobre atletas e clubes, destacando o caso do Sporting. O calendário competitivo intenso e a falta de períodos de descanso adequados têm levado a um aumento nas lesões, especialmente no clube lisboeta. Este cenário coloca em xeque a gestão dessas equipes e a transparência necessária em uma organização cotada na bolsa.

A evolução do futebol para além das quatro linhas tem atraído cada vez mais atenção, inclusive de pessoas que não são grandes entusiastas do esporte. No entanto, dentro dos gramados, a realidade é bem diferente. Os atletas enfrentam exigências extremas, com uma ausência notável de períodos de repouso. Isso resulta em consequências diretas, como a diminuição da qualidade nos jogos importantes e um aumento significativo no número de lesões. O Sporting, por exemplo, tem sofrido muito com lesões frequentes entre seus jogadores, o que compromete a performance da equipe.

O problema do Sporting vai além das lesões individuais. A gestão da condição física dos atletas envolve três departamentos principais: médico, de desempenho e técnico. Cada um desses setores desempenha um papel crucial na prevenção e recuperação de lesões. No entanto, a constante repetição de lesões musculares levanta questões sobre a eficácia dessas áreas. Além disso, a decisão do clube de manter sigilo sobre as condições médicas dos jogadores gera especulação e desconfiança entre torcedores e investidores.

A estratégia de não divulgar informações sobre lesões pode parecer uma medida protetora, mas também apresenta riscos significativos. A falta de transparência pode levar à perda de credibilidade e aumentar a pressão sobre todos os envolvidos. Como uma empresa listada em bolsa, o Sporting tem obrigações legais de informar seus acionistas sobre eventos que afetam diretamente seu desempenho financeiro. A ética médica, embora importante, não pode ser usada como justificativa para omitir informações cruciais aos mercados financeiros.

A profissionalização da gestão nos clubes de futebol é essencial para acompanhar as mudanças do setor. Práticas antigas, como a falta de transparência, já não são aceitáveis em uma sociedade que valoriza boas práticas e responsabilidade corporativa. A adoção de princípios ESG (Ambiental, Social e Governança) torna-se fundamental para que as organizações permaneçam relevantes e confiáveis. No final, é crucial que os gestores entendam suas responsabilidades não apenas para com os torcedores, mas também para com todos os stakeholders e investidores.

No contexto deste debate, Bruno Lage destaca-se como um treinador capaz de gerir adequadamente as dificuldades impostas pelo calendário intenso. Em uma partida difícil contra o Santa Clara, ele conseguiu evitar lesões, ampliar suas opções táticas e ainda sair vitorioso. Essa abordagem exemplifica como a gestão moderna pode equilibrar as demandas do futebol contemporâneo sem comprometer a saúde dos jogadores ou a performance da equipe.

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